3. Canção dos Cães

- Na vida dezenove não são vinte
e nem também cuíca é gato.
Combinaremos o seguinte:
cinquenta seremos, de fato!

- Nos olhos dos outros pimenta,
pra nós e gostoso refresco!
Nós somos, ao todo, cinquenta!
É isso aí! É grotesco!

- Não importa quem você for,
ouça bem o que eu lhe digo:
nada é pior do que a dor
de quem já tá sendo mordido.

- Corre a cervinha, ai, que pena!
Nós correremos mais ainda.
Venha mais pra cá, não faça cena,
dê-me sua vida que já ?nda.

- Nós seguiremos o seu cheiro.
O nosso ofício é caçar!
Se seu o momento é o derradeiro,
é que já vamos lhe alcançar.

- Nós nos guiamos pelo faro,
nem tente se esconder.
Estamos apertando o aro
e só queremos te morder.

- Ser cachorro é ser feliz!
Nós pomos, nos outros, cagaço!
Nosso guia é o nariz.
Ele é o dono do pedaço.

Rosnar, pra nós, carniceiros,
é só mais um osso do ofício.
Caçar os cervinhos-campeiros
é bom! Mas é só o início.

- Depois vem machucar e ferir…
- Sufocar, destruir, devorar…
- Rebentar, reduzir, contundir…
- A?igir, sacudir e arranhar…

- Tripartir, mutilar, extinguir!
- Coagir, estocar e esganar!
- Esmagar, trucidar, demolir!
- E roer o osso até quebrar.

- Aaaah! Pobre cervaaa… que azar!



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Produção Musical, Composição, Arranjo
e Sequenciamento: Rubens Tubenchlak

Letra e voz: Favish